Velkommen til Norge ou “Bem vinda à Noruega”

Após 216 dias viajando, chegamos na Noruega, o país do meu marido lindo.
Eu sempre crio várias expectativas antes de chegar a um lugar que vou pela primeira vez porem decidi que não faria com a Noruega, simplesmente porque de certa forma me comprometi a viver aqui, queria chegar e ver o que este país tem a me oferecer, sem expectativas apenas chegar e receber o que há de ter pra mim.
A recepção não podia ser melhor, estavam no aeroporto, os pais, o irmão, a avó, a tia e mais alguns amigos do Magnus. E tivemos direito a toque de corneta, bandeira norueguesa e flores com as cores do Brasil e Noruega, preparada pela minha sogrinha querida.
Deixando o aeroporto, fomos direto ao “almoço” norueguês.
Apenas para explicar aqui na Noruega, o horário do jantar, que eu ouvi praticamente a viagem inteira do meu marido lindo, dá-se às 16 horas e 30 minutos.
Eu até pensei que seguiríamos diretamente para o jantar já que eram quase duas horas da tarde mas tivemos o famoso almoço norueguês que constitui num “pit-stop” em um café ou bistrô ou se você preferir, traga algo de casa.
Saboreamos sanduíches e tomamos suco e eu não poderia deixar de comer um docinho então resolvi experimentar “waffles” com queijo castanho norueguês, o Brunost que é produzido a partir do soro de leite. Particularmente, trata-se de nada menos do que nosso famoso doce de leite...AMEI!
Depois do almoço seguimos para casa do meu irmão norueguês, Eirik, aonde seremos hospedes até que Magnus encontre um emprego e possamos alugar um apartamento ou casa para nós.
Quando chegamos ao apartamento fiquei super emocionada além de ser uma graça é também muito parecido com meu apartamento no Brasil.
Acho que todo solteiro que deixa o lar dos pais para aventurar-se a morar sozinho realmente quer ter um lar.
Chegando aqui no apartamento do Eirik reconheci os mesmos cuidados, capricho, detalhes na construção do “doce lar” que tive no meu apartamento.
Meu cunhado querido arrumou um quarto muito fofo, com uma cama de casal, guarda-roupas, prateleiras e até um abajur moderníssimo que eu amei!
Também ganhamos espaço no armário do banheiro para nossos itens pessoais, “shampoo”, escova de dente, cremes, estas coisas, Tudo muito organizado para que a gente se sinta realmente em casa.
Segundo passo após sermos apresentados ao novo lar foi desfazer a mochila. Aí um desabafo: “fiquei mega feliz afinal ficarei aqui por pelo menos dois meses o que significa não ver nem a cor da minha “backpack” por este período, AMÉM”
É sério! a nossa relação está desgastada mesmo....risos!
Fui feliz da vida, colocando tudo no armário, separando as roupas sujinhas para lavar, aí pra ficar mais feliz o irmão norueguês me deu dois espaços em sua sapateira para que eu possa colocar meus sapatos ;-) ADOREI.
Depois de finalizado, fomos jantar na casa dos sogros. Detalhe, às 17hrs.
Em comemoração a nossa chegada, jantar típico norueguês. O prato chama-se: SODD, que consiste em: batatas cozidas em um prato a parte e em uma tigela de sopa: cenouras cortadinhas, almôndegas de carne de vaca, carneiro, e dos dois juntos!
Aí lógico, gafe número 2 na Noruega, ah, a número 1, foi treinar por duas horas e meia (tempo de vôo entre Praga e Trondheim) como dizer “prazer em conhecê-la” para avó do Magnus que não fala uma palavra de inglês e nem português contudo LÓGICO, eu estava tão eufórica que não lembrei nem da primeira letra da frase e na maior cara-de-pau apenas disse em inglês que com certeza se fosse possível aqueles “balãozinhos” com os pensamentos sobre a cabeça da avó com certeza estariam dizendo: “aff!, meu netinho volta de uma viagem de volta ao mundo, casado, com uma mulher brasileira e que não sabe uma palavra de norueguês!!!, o mundo está mesmo perdido!” risos....
Bom a gafe número 2 foi chamar o prato típico norueguês de SOPA, sim porque pra mim é uma sopa, e eu adoro sopas, sou o tipo pessoa-sopa, sabe! Mas o Magnus me explicou que todo norueguês sabe que este prato se parece e é uma sopa porém é super falta de respeito dizer o que eu disse: “nossa eu adorei essa sopa!”...risos....
Passada a gafe, tivemos uma excelente tardinha com o sol brilhando e nos esquentando enquanto andamos pelo jardim, conheci as plantas, flores e ervas que minha sogrinha cultiva em seu “norsk hagen”.
Tomamos chá, comemos chocolate, água, café, licor, mais chocolates. Ouvi histórias sobre os costumes e tradições norueguesas, tempo e clima.
Neste mesmo ínterim, conseguimos lavar e secar nossas roupas da viagem.
Sol brilhando, a temperatura não mais tão agradável, afinal já era dez e meia da noite.
Confesso que a única coisa que pensei por mais de uma vez, antes de aterrizar na Noruega, é como estaria o famoso TEMPO.
No aeroporto de Praga o painel mostrava: Trondheim, DY1515, 2 graus. Apenas pensei, é uma ótima temperatura de boas vindas para um país que todos dizem ser muito frio.
Já no avião o pilo anuncia: “O tempo em Trondheim é muito bom, neste momento 10 graus”.
Só sei que na chegada, eu estava com calor e até tirei minha jaqueta e fiquei só de blusinha de alças.
Agora é verão, o sol aqui em Trondheim, se põe por volta das 22:30 /23:00 horas e nasce novamente por volta das 3:30 / 4:00 da madrugada.
É constatei a verdade porque ficamos acordados até 1 da manhã e ainda estava claro e eu não consegui dormir e percebi que não tivemos noite apenas um céu menos azul claro após meia noite. Terei que me adaptar com certeza.
A temperatura no sol é gostosa, devia estar uns 14 graus depois deve ter caído para 4 ou 5 graus. Dentro de casa é sempre quentinho e aconchegante.
Nossa casa é bem pertinho da dos pais do Magnus, na verdade, aqui tudo é perto. Da janela do apartamento sem muito contorcionismo, avistar o trabalho dos pais e do irmão, o supermercado, a farmácia, a academia, o jardim de infância, um centro comunitário aonde você tem biblioteca, piscina, atividades culturais, a casa dos pais e lógico uma montanha ao fundo com ainda algum resquício de neve por o verão estar “atrasado” ou chegando mais lentamente.
Como diz o Magnus, eu sou da cidade grande e SIM ele é do interior, ou como gosto de brincar, do mato ou ainda de Jundiaí já que eles me explicaram que aqui existem dialetos em cada região e o da cidade deles seria um norueguês caipira assim como nossos paulistas de Campinas, Jundiaí, Ribeirão, Sorocaba e todo o mais de São Paulo devem falar!
O dia terminou, ou melhor, noite. A mãe do Magnus, nos trouxe de carro assim pudemos parar no supermercado e comprar algumas coisinhas para o café da manhã ou “frokost” em norueguês e algumas roupas de frio que compramos em Bangkok durante a viagem e enviamos a Noruega através dos pais e irmão que nos encontraram quando em férias no último fevereiro.
Exaustos, tomamos nosso banho e em fim relaxamos afinal a viagem de volta ao mundo do Magnus terminou e a minha agora tem uma grande pausa por aqui até início de Agosto quando volto a São Paulo para organizar minha vinda de vez para a terra dos vikings.